domingo, 26 de junho de 2011

O renascimento do fascismo na Itália


Nossa mídia corporativa sempre tão "preocupada" com a democracia na América Latina, quando se trata de governos não alinhados aos seus interesses é claro, pouca atenção tem dado ao recrudescimento do fascismo na Itália.

O governo de Silvio Berlusconi legalizou a formação das chamadas "patrulhas cidadãs". Esse grupos são formados por voluntários com o suposto objetivo de ajudar no combate ao crime e na manutenção da "lei e da ordem". Sem remuneração e teoricamente não podendo portar armas, esses grupos tem se multiplicado, adotado uniformes e agido principalmente na intimidação aos imigrantes e na incitação o ódio racial.

Recentemente, o líder de extrema direita de um desses grupos foi filmado em uma reunião fazendo uma saudação nazista sobre aplausos dos presentes. Os fatos se assemelham em muito aos ocorridos durante o regime fascista do ditador Benito Mussolini. Mussolini criou milícias chamadas "camisas negras" que tinham objetivo de intimidar opositores e sustentar o regime fascista.

Infelizmente, esses tristes fatos não tem despertado a atenção merecida da mídia corporativa, deixando novamente o "ovo da serpente" se desenvolver livremente em nossos tempos.


A luta dos comunistas contra o Fascismo

   Foram os comunistas dos primeiros a levantar-se na luta contra o fascismo e o nazismo e que foram eles as suas primeiras vítimas, a começar na Alemanha.

Que foi a luta heróica do povo soviético, com os comunistas na primeira linha, quem quebrou o mito da invencibilidade da Wehrmacht hitleriana, quem decidiu no fundamental a viragem da guerra com a derrota dos exércitos nazis em Estalinegrado e quem deu uma contribuição decisiva para a libertação dos países da Europa oriental e central.

E que os comunistas tiveram também uma participação decisiva em todos os movimentos e lutas das resistências nacionais nos países ocupados pela Alemanha nazi e seus cúmplices fascistas, nomeadamente na França, Itália, Jugoslávia, Checoslováquia, Polónia, Grécia, Bulgária, Roménia. (...)

O silenciamento ou desvalorização do papel que na vitória sobre o nazi-fascismo tiveram a URSS e os comunistas é uma das expressões da luta ideológica que pretende fazer esquecer o papel decisivo que os comunistas tiveram nas grandes transformações e progressos que a Humanidade alcançou neste século.

A vasta aliança antifascista realizada durante a guerra, que teve na Coligação militar a força indispensável que quebrou a máquina de guerra nazi e teve expressão também nas alianças e estruturas unitárias antifascistas que nos vários países deram uma contribuição preciosa à vitória, mostra como é possível (e necessário) que nas grandes causas da Humanidade, na luta pela liberdade e a democracia, pelos direitos humanos e nacionais, os democratas se unam e cooperem, mesmo tendo opiniões, motivações e convicções diferentes.


sábado, 25 de junho de 2011

O fim do Fascismo (29 de abril de 1945)

  Eis uma foto que bem poderia estar sobre a mesa de trabalho dos alcaides de grandes cidades, como o Rio de Janeiro. Ela registra o fim do Fascismo na Itália e como acabaram Benito Mussolini (1883-1945) e seus acessores nas mãos dos partigiani –a resistência italiana, durante a II Grande Guerra. Depois disso, poucos governos ousaram assumir explicitamente os ideais fascistas. Mussolini, o Duce (chefe), fora o primeiro a implantar um governo desse tipo em 1922, após a marcha sobre Roma, inspirado em teorias anti-democráticas, como as do filósofo francês George Sorel (1847-1922), e ações de nacionalistas, como o poeta italiano Gabrielle D’Annunzio (1863-1938). Em resumo, defendia-se o uso da força para tomada do poder, imposição aos civis de uma ordem e disciplina militares, supressão da liberdade de imprensa, controle total do Estado sobre a economia e atividades sociais, além do pensamento único em torno da figura do líder absoluto e carismático. No século XX, Itália, Alemanha, Espanha e Portugal experimentaram regimes declaradamente fascistas. Na América Latina, África e Ásia, ditaduras militares de esquerda e direita adotaram veladamente características fascistas, sobretudo depois de 1945, com a derrota do Eixo (Itália, Alemanha e Japão) para os Aliados (Inglaterra, França, URSS e EUA).


sexta-feira, 24 de junho de 2011

O governo de Mussolini

   O governo de Mussolini pode ser dividido em duas grandes fases:
Consolidação do Fascismo (1922 a 1924) – Mussolini realizou um governo marcado pelo nacionalismo extremado, e pelo capitalismo. Paralelamente, fortaleceu as organizações fascistas com a fundação das Milícias de Voluntários para a segurança Nacional. Valendo-se de todos os métodos possíveis, inclusive de fraude eleitoral, os fascistas garantiram a vitória do Partido nas eleições parlamentares de Abril de 1924. O deputado socialista Giacomo Matteoti denunciou as violências fascistas. Devido a sua firme oposição, Matteoti foi assassinado em Maio de 1924. A morte de Matteoti provocou indignação popular e forte reacção da imprensa política oposicionista. Mussolini assumiu a responsabilidade histórica pelo homicídio do líder socialista, decretando uma série de leis que fortalecia o governo.
Ditadura Fascista (1925 a 1939) – Nos meses finais de 1925, Mussolini implantou o fascismo na Itália. Os sindicatos dos trabalhadores passaram a ser controlados pelo Estado por meio do sistema corporativista. Foi criado um tribunal especial para julgar crimes considerados ofensivos à segurança do Estado. Inúmeros jornais foram fechados, os partidos de oposição foram dissolvidos, milhares de pessoas foram presas e outras foram expulsas do país. A Ovra, polícia secreta fascista, utilizou os mais terríveis tipos de violência na perseguição dos oposicionistas. Os fascistas puniam seus adversários obrigando-os a ingerir óleo de rícino. Mussolini empenhou-se em fazer da Itália uma grande potência capitalista mundial. Para isso promoveu a conquista da Etiópia, em 1936, e o revigoramento industrial. Mussolini tornou-se conhecido como o Duce, em italiano, aquele que dirige .

A chegada ao poder

  Em 24 de outubro de 1922, em Nápoles, os fascistas, num comício, passaram a exigir publicamente a chefia do governo. Ao mesmo tempo, os líderes do PNF organizaram uma demonstração de força: o desfile de milhares de Camisas Negras pelas ruas de Roma, em 28 de outubro de 1922, data que ficou conhecida como a Marcha sobre Roma.

O primeiro-ministro, Luigi Facta, tentou convencer o rei Vitor Emanuel 3º a declarar estado de sítio, mas não foi atendido e acabou se demitindo. Com o apoio de empresários, militares e diversos juízes, o rei convocou Mussolini - que compareceu à presença do rei vestindo a camisa negra do fascismo - para assumir o governo.

Os Camisas Negras e a Marcha sobre Roma

Os Camisas Negras atacavam sindicatos, jornais e movimentos políticos, espancavam grevistas, intelectuais críticos ao fascismo, membros das ligas camponesas e de qualquer outro grupo que se manifestasse de forma contrária ao ideal fascista.

Em 1921, os "fascios" foram responsáveis pelo assassinato de cerca de 600 italianos, o que demonstrava o descontrole dessas milícias que, por princípio, preferiam usar porretes ao invés de armas, pois seu principal objetivo era humilhar seus inimigos e não matá-los.

O Fascismo em outros paises


O regime de Mussolini serviu como modelo de fascismo nos anos vinte e trinta. A Grande Depressão e o fracasso dos governos democráticos ao abordar as conseqüentes dificuldades econômicas e o desemprego em massa alimentaram o surgimento de movimentos fascistas em todo o mundo. No entanto, o fascismo nos outros países se diferenciava em certos aspectos da modalidade italiana. O nacional-socialismo alemão era mais racista; na Romênia, o fascismo se aliou à Igreja ortodoxa, não à Igreja católica apostólica romana. Inicialmente, o grupo fascista Falange da Espanha era hostil à Igreja católica romana, embora no governo do ditador Francisco Franco tenha se unido a elementos reacionários e pró-católicos. O fascismo desfrutou de um maior êxito no período entreguerra nos países do leste e do sul da Europa.

A derrota da Alemanha e da Itália na II Guerra Mundial tirou a credibilidade do fascismo na Europa no período pós-guerra. O único governo de caráter fascista que chegou ao poder no período pós-guerra foi o de Juan Domingo Perón, eleito presidente da Argentina em 1946. Perón contava com o apoio da classe trabalhadora e tinha poucas semelhanças com o fascismo de pré-guerra europeu. Países como a Espanha e Portugal, cujos governos fascistas se mantiveram no poder depois da guerra, passaram do totalitarismo ao autoritarismo e atenuaram os seus traços fascistas. Com a recuperação econômica do pós-guerra, diminuiu o descontentamento social que havia colaborado para a expansão do fascismo na época do pré-guerra. Em conseqüência, na maioria dos países democráticos, o fascismo parecia relegado ao ostracismo permanente em uma menosprezada faixa política.


As décadas de 1980 e 1990 trouxeram um inesperado renascimento do fascismo em algumas democracias ocidentais, geralmente chamado de neofascismo. Ele conheceu diferentes formas e destinos nesses países, mas mostrou uma antipatia racista em relação ao Terceiro Mundo e uma desilusão generalizada em relação aos partidos políticos estabelecidos.


O Fascismo no Brasil

O fascismo brasileiro


O Brasil, como é sabido, não ficou a margem do movimento fascista. Vários grupos simpatizantes já haviam se organizado em legiões nos anos 20, inspirados em Mussolini, no entanto foi preciso esperar o ano de 1932, quando o escritor e jornalista Plínio Salgado (ex-integrante do Movimento Pau-brasil) fundou a A.I.B. (Ação Integralista Brasileira), em São Paulo, a qual, nos anos trinta, tornou-se "o primeiro partido político brasileiro com implantação nacional"

No Brasil, visto suas características miscigenadas, o integralismo assumiu com mais ênfase o anticomunismo e não o racismo ou o anti-semitismo ( 65% dos militantes aderiram ao movimento por serem anticomunistas e somente 5% por sua posição anti-semita. Também marcou-o uma inclinação pela religiosidade que não encontramos nem no fascismo italiano e muito menos no neopaganismo nazista. Tanto é que o "Manifesto de Outubro" de 1932, redigido por Plínio Salgado, Chefe Nacional do Integralismo, inicia-se com a frase "Deus dirige os destinos dos povos".

Advogava o advento da "Quarta Humanidade" uma era que integrasse - daí o Integralismo - as etapas anteriores da história humana ( o sentimento de Cosmo da primeira, a iluminação pelo Verbo Divino da segunda, e o senhor dos elementos da terceira) para chegar ao Homem Integral gerado pela futura "Revolução Integral". O lema adotado foi o conservadoríssimo "Deus-Pátria-Família". Trindade diz que o personagem literário, o filósofo Mandaratuba, um pensador ultra-nacionalista e patriota, crente no corporativismo, fascinado pelos heróis e temerosos dos "bárbaros", criado por Plínio Salgado, é uma "caricatura autobiográfica" do próprio autor.

Organizavam-se em "legiões" e subdividiam-se em "bandeiras" e "terços" e cumprimentavam-se bradando "anauê", com o braço estendido a la romana. Chegaram a anunciar a militância de 500 mil de homens e mulheres. Tinham, devido a sua formação disciplinada e gosto pela hierarquia e pelo uniforme, muita simpatia por parte das Forças Armadas, especialmente entre os oficiais da Marinha, a mais conservadora das três forças.

Fascismo e a Igreja

  Mussolini ganhou o poder em 1922 e decidiu se aliar com a Igreja.O Duce começou a ajudar economicamente o clero. A Igreja retribuiu apoiando-o. A Igreja permitu que Mussolini dissolvesse o Partido Popular (Católico), liderado pelo monsenhor Luigi Sturzo, pois o via como uma pedra no sapato das relação católico-fascistas e do poder total do Duce. Pra simbolizar o pacto entre o Fascismo e a Igreja, Mussolini assinou o famoso tratado de Ladrão (digo, Latrão) com a igreja, em 1929. O tratado criou o Estado do Vaticano.Além disso, Mussolini e a igreja assinam uma concordata que faz do catolicismo a religião de estado: A igreja sacrifica em grande parte as suas próprias associações: todas, exceto a Ação Católica, devem integrar as organizações fascistas. O Vaticano promete a Mussolini fazer com que a AC não se deixe tentar por ações antifascistas.Em 1929, Mussolini, depois de ter assinado a concordata dita "Patti Lateranensi", é qualificado pelo papa como "o homem enviado pela Divina Providência". Em 1932, o ditador recebe das mãos do papa, a Ordem da Espora de Ouro, que é a mais alta distinção concedida pelo Estado do Vaticano.


Principais características e idéias do fascismo:

- Totalitarismo: o sistema fascista era antidemocrático e concentrava poderes totais nas mãos do líder de governo. Este líder podia tomar qualquer tipo de decisão ou decretar leis sem consultar políticos ou representantes da sociedade.


- Nacionalismo: entre os fascistas era a ideologia baseada na idéia de que só o que é do país tem valor. Valorização extrema da cultura do próprio país em detrimento das outras, que são consideradas inferiores.


- Militarismo: altos investimentos na produção de armas e equipamentos de guerra. Fortalecimento das forças armadas como forma de ganhar poder entre as outras nações. Objetivo de expansão territorial através de guerras.


- Culto à força física: Nos países fascistas, desde jovens os jovens eram treinados e preparados fisicamente para uma possível guerra. O objetivo do estado fascista era preparar soldados fortes e saudáveis.


- Censura: Hitler e Mussolini usaram este dispositivo para coibir qualquer tipo de crítica aos seus governos. Nenhuma notícia ou idéia, contrária ao sistema, poderia ser veiculadas em jornais, revistas, rádio ou cinema. Aqueles que arriscavam criticar o governo eram presos e até condenados a morte.


- Propaganda: os líderes fascistas usavam os meios de comunicação (rádios, cinema, revistas e jornais) para divulgarem suas ideologias. Os discursos de Hitler eram constantemente transmitidos pelas rádios ao povo alemão. Desfiles militares eram realizados para mostrar o poder bélico do governo.


- Violência contra as minorias: na Alemanha, por exemplo, os nazistas perseguiram, enviaram para campos de concentração e mataram milhões de judeus, ciganos, homossexuais e até mesmo deficientes físicos. - Anti-socialismo: os fascistas eram totalmente contrários ao sistema socialista. Defendiam amplamente o capitalismo, tanto que obtiveram apoio político e financeiro de banqueiros, ricos comerciantes e industriais alemães e italianos.

Fascismo

Fascismo é uma doutrina totalitária desenvolvida por Benito Mussolini na Itália, a partir de 1919 e durante seu governo (1922–1943 e 1943–1945). A palavra "fascismo" deriva de fascio, nome de grupos políticos ou de militância que surgiram na Itália entre fins do século XIX e começo do século XX; mas também de fasces, que nos tempos do Império Romano era um símbolo dos magistrados: um machado cujo cabo era rodeado de varas, simbolizando o poder do Estado e a unidade do povo. Os fascistas italianos também ficaram conhecidos pela expressão "camisas negras", em virtude do uniforme que utilizavam.